Opinião: Dirigentes rivais afrontam o Atlético-GO e amizade entre Adson e Hugo se abala

Foto: Alan Deyvid / ACG

Tinha tudo para ser um jogo tranquilo, de uma torcida apenas, onde seria definido o vencedor dentro de campo. Mas parece que o jogo ainda não acabou com o apito final, isso porque o comportamento de dezenas de dirigentes do Vila que ocuparam dois camarotes inteiros para assistir ao jogo no Accioly resolveram quebrar o protocolo de amizade que as duas diretorias cultivavam até então. Segundo vídeos exibidos, informações da imprensa e diretoria atleticana, os dirigentes vilanovenses resolveram afrontar e responder às provocações da torcida e foram além, segundo o presidente Atleticano fizeram um “quebra-quebra” e “esculhambaram” (palavras deste), com ações totalmente reprováveis, convenhamos, postura não esperada por se tratar de dirigentes de clubes; ainda mais quando o presidente do Atlético, Adson Batista, disponibilizou cordialmente, como sempre o fez, um ambiente confortável na tribuna do estádio Antônio Accioly para atender os vários dirigentes do Vila, ao todo perto de 50.

Opinião: Atlético-GO faz jogão contra rival e demonstra que pode brigar na parte de cima da tabela

Em tempos tão difíceis em que o futebol atravessa, sobretudo na questão da violência, não podemos ter esse tipo de ocorrência, o fato ocorrido chama a atenção porque até então eram tranquilas as relações entre os dois clubes; agora, depois do ocorrido, nem tanto, o clima azedou entre as diretorias. É verdade que a rivalidade já vinha se acirrando por algumas situações, aqui destacamos as semifinais do campeonato goiano de 2019 em que houve pancadaria entre os jogadores ao final do jogo, fato bastante lamentável naquela ocasião; mas tudo ainda dentro das quatro linhas, mas parece que agora a questão é diferente, os desentendimentos saíram do campo de jogo e foram para o âmbito das diretorias dos dois clubes; alguns podem alegar que os motivos são o crescimento do Dragão, que em números de conquistas de títulos estaduais ultrapassou o Vila, o Atlético também tem se destacado mais que o adversário no cenário nacional, pois o Vila nunca disputou a primeira divisão nacional desde que foi criada a modalidade de disputa atual; ao passo que o Atlético esteve em várias ocasiões entre os 20 melhores clubes do Brasil. Por outro lado, nessa série B 2023, o Vila Nova tem alcançado melhores resultados, deixando o time da Campininha para trás na tabela, isso gera muitas provocações entre os dois lados e sempre que um dirigente tem a oportunidade, procura provocar o rival e os ânimos vão se acirrando cada vez mais, tomara que essas desavenças e provocações não afetem negativamente as torcidas, pois o que não precisamos é de mais violência no futebol, e nesse sentido, lembramos que em Goiânia já ocorreram brigas e até crimes entre as torcidas rivais do Goiás e Vila Nova, fato que não ocorre entre os atleticanos e vilanovenses.

Esperamos que seja apenas um fato isolado em que, acalmando-se os ânimos, os relacionamentos entre as diretorias dos dois clubes voltem ao patamar de antes, com a manutenção da amizade entre os dirigentes; e que no jogo de volta, no campo do Vila Nova, os dirigentes fumem o cachimbo da paz, façam do encontro um evento festivo e de paz, e deixem que somente os jogadores sejam protagonistas do espetáculo, já que se trata de um dos clássicos mais antigos de Goiás.

Autor: Ronan Rodrigues de Andrade, 61 anos | Santo Antônio de Goiás-GO

A opinião de um artigo assinado não reflete necessariamente a opinião do site, é o ponto de vista exclusivo do autor que elaborou o artigo.