Se pronunciou! Advogado do Atlético-GO fala sobre caso de racismo em jogo da base; confira

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Foto: Divulgação

Trindade e Atlético-GO se enfrentaram no jogo de ida das semifinais do Campeonato Goiano Sub-20 na noite desta última quarta-feira (8), e ficaram no 0 a 0. Porém, o jogo acabou sendo repercutido de maneira extremamente negativa por conta de um caso de racismo direcionado ao volante Gustavo, do Dragão. Marcos Egídio, atual diretor administrativo e advogado do time goiano, falou diretamente com a imprensa para falar a respeito das atitudes que o clube tomará sobre o caso.

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Gustavo, jogador do Atlético-GO, vítima do ato racista. Foto: Reprodução/Twitter ACG

“O Atlético-GO teve conhecimento após a partida, do que tinha acontecido. Eu estava com o presidente Adson, a gente estava na reunião no Rio de Janeiro e já ficamos preocupados com aquela situação. Já na viagem, ele pediu para tomar todas as providências. Chegando em Goiânia, eu já vi os vídeos e realmente foi um fato lamentável, uns dos mais lamentáveis que a gente já viu hoje no futebol brasileiro. Todas as providências já foram tomadas, o atleta prestou depoimento juntamente com as testemunhas, que são outros atletas e também parte da comissão técnica em Trindade.

Temos a certeza que o clube não tem nada a ver com isso, como nunca teve, mas pessoas que são responsáveis por atos delituosos, como esse, de atos injuria racial, atos de calúnia, difamação tudo isso acho que tudo tem que acabar no futebol. Então, faz parte do projeto social do mundo desportivo, é combater esses fatos lamentáveis. Nós vamos dar todo apoio para o atleta, que foi vítima de injúria racial. E a gente, hoje, não acredita ainda no racismo, porque a polícia vai investigar, mas esse fato sim ele vai ser combatido. O Atlético-GO não vai tolerar essas situações”.

Caso de racismo no Accioly

“Você pode até perguntar, mas também aconteceu no Estádio Antônio Accioly, a gente também tem conhecimento do que aconteceu, o que pode ter acontecido e também demos todo apoio a polícia, passamos todas as informações necessárias, vídeos, câmeras, testemunhas, seguranças e todos eles estão sendo investigados. Não importa quem seja o torcedor e para que time torce. Pode torcer para o Trindade, o Atlético-GO, Barcelona e Real Madrid essas pessoas têm que ser combatidas e isso não pode mais acontecer no futebol.

Nós estamos aqui para colaborar também, não apenas com o jogador, que ele vai ter toda colaboração, mas estamos aqui para colaborar para que isso não aconteça mais no futebol. Esse é o nosso sentimento. Não podemos tolerar. Que isso sirva de exemplo para todos os torcedores mal-intencionados e, vamos falar assim, criminosos que tem no Brasil”.

Identificação do suspeito

O diretor administrativo também mencionou a identificação do suspeito e relembrou que os jogadores relataram que o suposto infrator estava com uma arma de fogo.

“A pessoa foi identificada durante o jogo. Houve até um tumulto de vários jogadores, parte da comissão e a polícia foram atrás e essa pessoa desapareceu e não foi presa naquele momento, mas sabe quem é, e todas as providências vão ser tomadas em detrimento dessa pessoa, que cometeu esse crime naquele momento. A gente tem os relatos dos meninos (Sub-20) que estavam no jogo, que viram essa pessoa armada. Agora, cabe à polícia investigar“.

O termo ‘macaco’

Posteriormente, o advogado do Atlético-GO exaltou todo o apoio que a instituição deu para Gustavo e ainda falou sobre o termo “macaco”, que foi utilizado pelo suspeito.

“Por que chamar uma pessoa de cor negra, de “macaco”. Não é pela cor, a gente sabe que a pessoa que está falando isso, ela não está atribuída a cor da pessoa, porque poderia de chamar de outro animal parecido, mas, a intenção de quem comete esse crime é diminuir a pessoa, enquanto ser humano. O que é um macaco? O macaco é ser primitivo, um ser que não evoluiu. Então, você não atribui a pessoa que é evoluída. Aqui no Atlético-GO temos vários colaboradores negros, que são pessoas da nossa auto estima.

“Quem não gosta do Marcelão? A pessoa mais querida do clube. Agora, se algum dia atribuirmos essa pessoa querida nossa a um primata, é claro que vamos tomar todas as providências. Eu como amigo dele e advogado, vou até o final. Assim, a mesma coisa vai acontecer com o jogador, que é funcionário do clube. Isso não pode acontecer mais, isso tem que acabar no futebol”.