Reta final de Abril, os clubes entram na decisão de seus campeonatos estaduais e começam sentir o “cheiro” do Campeonato Brasileiro. Este é praticamente o caso do Atlético Goianiense, que apesar de estar na Série A, foi eliminado na semifinal do Campeonato Goiano, um péssimo resultado para os torcedores que queriam começar o ano com o título Goiano, mas a oportunidade para Marcelo Cabo conhecer e treinar melhor seu “novo” elenco.
Neste sábado, 29, o Atlético Goianiense recebeu e venceu o Anápolis no estádio Antonio Accioly em uma manhã ensolarada. O gol da partida foi marcado por Jorginho, após um passe sensacional de Walter, o principal nome desse elenco que volta para a primeira divisão com um simples objetivo, não ser rebaixado.
Para isso, o diretor de futebol e vice presidente, Adson Batista foi atrás de reforços e utilizou os campeonatos estaduais como fonte de observação. Enquanto muitos nomes deixaram e devem deixar o Atlético, outros chegaram, cinco estrearam contra Anápolis, enquanto o último nome, André Castro que veio do Audax, não entrou em campo. Vale lembrar também, que pelo menos mais um reforço é aguardado no time campineiro.
Este amistoso serviu para o treinador Marcelo Cabo mostrar algumas variações táticas. Desde o começo do jogo foi possível ver que ele abandonou – ao menos por enquanto – o seu querido 4-2-3-1, estilo que estava em “alta” recentemente. O clube começou em um 4-2-2-2, para simplificar, um 4-4-2, porém, não tinha um meia centralizado, Jorginho, o camisa 10 do clube, estava jogando aberto pelo lado direito, enquanto Walterson, bem aberto pela esquerda.
Pode notar que intencionalmente, eu coloquei o time bem compactado no meio, que parece ser a vontade de Cabo. Nem Everaldo, nem Walter atuam como centroavante fixo. Walterson se aproxima muito de Bruno Pacheco, e Walter encosta para abrir a possibilidade de uma triangulação, apesar de pecar em algumas questões táticas, Bruno Pacheco é muito rápido – assim como Walterson – e abre a possibilidade de bolas enfiadas para que ele chegue cruzando.
Do outro lado não é bem assim, Eduardo presou pela marcação, enquanto Jorginho não voltava muito. O lado direito do Atlético se mostrou mais para defender, do que para atacar e será o principal alvo de times adversários. No meio, Walter atua como o camisa 10, todas as jogadas passam por seus pés, que decide se acelera ou não a jogada. Como um clássico armador, Walter gosta de inverter as jogadas, buscando Jorginho ou a chegada de Igor, que vem de trás para dar uma nova opção.
Everaldo foi o nome mais apagado dos reforços – mesmo sendo menos criticado que Eduardo pela torcida presente no estádio -. O atacante tropeçou bastante, pareceu um pouco nervoso e se não me engano, não finalizou.
Em um certo momento da partida, o Anápolis começou a atacar e Marcelo Cabo mostrou uma nova variação tática. Desta vez, Walter fica mais avançado, enquanto Marcão recua para ser cabeça de área e Igor avança para ser um meia central, ao lado de Everaldo, que recua até pouco antes do meio campo para ajudar no primeiro combate.
Mas vale lembrar, algumas peças devem chegar ainda, o mais cotado é o atacante Erik, revelado no Goiás e encostado no Palmeiras. Silva entrou no segundo tempo e jogou improvisado na lateral direito, foi mal no apoio, o que pode levar a diretoria a buscar um novo lateral direito, já que Daniel Borges não seguirá no elenco. Bonfim foi outro nome muito contestado, porém foi o único zagueiro no banco de reservas, tanto que Ricardo Silva atuou os 90 minutos – assim como Bruno Pacheco e Walter -.
Marcelo Cabo utilizou João Vitor e Guilherme Borges, ambos vieram do sub 19. João Vitor já havia ganhado algumas oportunidades e chegou a marcar gol no Campeonato Goiano, enquanto Borges já havia estreado, porém não era tão requisitado por Cabo, o que deve mudar em breve.
Junior Viçosa entrou em campo muito aplaudido. Houve cantos de “uh ta maneiro, o Viçosa é artilheiro” e também de “fica Viçosa”, porém o atacante que entrou buscando o jogo, alguns minutos depois diminuiu o ritmo e foi perceptível os gritos de “esse é o Viçosa que eu conheço”, uma verdadeira relação de amor e ódio da torcida rubro-negra.
Com o elenco que disputou boa parte do Campeonato Goiano, era perceptível que o Dragão iria ser rebaixado. Com esse novos reforços, e caso chegue mais algumas opções – creio que pelo menos mais um lateral esquerdo, um direito, um atacante de lado e talvez um centroavante para dar outra variação tática – o Atlético pode até sofrer pressão, e acredite torcedor, ele vai, mas será capaz de sobreviver e buscar trilhar um belo caminho por diversos anos na primeira divisão nacional.
Fonte: 10 Centralizados
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