Com ameaça de Série B, clubes pagaram mais de R$ 100 mi em dívidas

Desde a criação do Profut, os clubes brasileiros estão em dia com o pagamento das parcelas de suas dívidas e já destinaram mais de R$ 100 milhões ao governo federal. A informação é do presidente da Apfut, Luiz André Figueiredo Mello, que deu palestra na CBF nesta semana. Ao contrário dos anteriores, esse programa prevê punições esportivas até com rebaixamento desde que a confederação inclua no regulamento.

Dos 40 clubes das principais séries do Brasileiro, A e B, são 31 incluídos no Profut para parcelamento de suas dívidas. E essas agremiações representam 90% do débito total das entidades esportiva. A dívida total soma R$ 6,4 bilhões.

”A fiscalização frente a esses clubes (Séries A e B) será mais próxima porque queremos que o programa seja um sucesso”, contou Figueiredo. ”Sempre me perguntam: se Corinthians e Flamengo não cumprirem, você vai aplicar a lei? Vou. Mas rezo para que cumpram.”

Aplicar a lei significa excluir o clube do programa de refinanciamento. Neste caso, o governo federal poderia cobrar de uma vez todo o passivo daquela agremiação. E a CBF afirma que, se o clube não estiver com a dívida regularizada a partir de 2018, será rebaixado no Brasileiro. Isso tem que ser incluído no regulamento do Brasileiro.

Há outras regras financeiras que os clubes têm que seguir, algumas ainda passíveis de regulamentação. Por exemplo, times são proibidos de antecipar mais de 30% das receitas da próxima gestão. Mas ainda não foram estabelecidos os critérios do que é antecipar receita. Há outros pontos em aberto como o valor mínimo exigido para o futebol feminino.

Para monitorar os pagamentos dos clubes em todos os órgãos, a Apfut deve estabelecer uma parceria com os organismos para monitorar esses times. ”Queremos verificar o passado e o presidente. Não adianta pagar o para trás e deixar de pagar imposto agora”, completou o presidente da Apfut.

Em conversas com clubes, Figueiredo disse que notado uma mudança de atitude como no caso de um diretor financeiro dizer que não assina documentos que possam descumprir a lei. Mas, ao mesmo tempo, ainda recebe perguntas com desconfiança questionando se ele de fato vai cumprir a lei.

Fonte: Rodrigo Mattos | UOL