Opinião: Queda de rendimento e pressão por resultado rápido provocam demissão do técnico do Atletico-GO

Mozart ACG
Foto: Ingryd Oliveira / ACG

Mais uma vez os atleticanos ficaram decepcionados com o time jogando fora de casa, dessa vez contra o Tombense, em Minas Gerais. A torcida assistiu a um filme idêntico à partida contra o Sampaio Correia: depois de fazer um bom primeiro tempo, até dominando as ações e saindo à frente no placar, fez um segundo tempo ruim, sofrendo o empate e por pouco não possibilitando uma virada do adversário, só não concretizada pela incompetência do ataque da Tombense.

A pergunta que todo atleticano faz é: o que acontece com o time do Atlético-GO no segundo tempo? E a resposta, conforme acreditamos, pode ser um conjunto de fatores, começando pela saída de vários jogadores para outros clubes no fim do ano passado (como o lateral Dudu, os volantes Baralhas e Marlon Freitas, e o atacante Wellington Rato), sendo que a qualidade das reposições não foram as mesmas; as contratações feitas esse início de ano, incluindo a comissão técnica, não estão correspondendo às expectativas, principalmente a parte defensiva. Outro fator é a troca incessante de treinadores, só neste ano já foram três comissões técnicas diferentes; isso dificulta dar segmento no trabalho, dar um padrão de jogo ao time e até mesmo saber quem é titular ou reserva na equipe. Com tantos problemas, ao nosso ver, não há somente um culpado pelas más atuações em campo e, até o momento e com o atual futebol apresentado, podemos até afirmar que o Dragão não alcança o acesso. Se quiser almejar uma das quatro vagas à Série A do ano que vem, vai ter que evoluir muito, corrigindo erros e dar padrão de jogo ao time.

Apesar de observarmos uma pequena melhora no sistema defensivo nos dois últimos jogos com a entrada do Heron fazendo a lateral esquerda, o time ainda continua apresentando falhas de marcação. Os times adversários tem facilidade de entrar tocando a bola próximo à grande área e até fazendo tabela na defesa do Atlético, isso muitas vezes por conta da falta de marcação por parte dos volantes e lentidão dos zagueiros. Outro fator que contribui com as más atuações são os erros nas mexidas do técnico no segundo tempo; neste jogo contra a Tombense ficou bem claro, assim que foram promovidas as substituições dos jogadores Shaylon e Heron, o time passou a jogar recuado e sofreu pressão na maior parte do segundo tempo. Fica a pergunta: É por problema físico ou opção do treinador? Acreditamos que foi puramente opção do treinador, conforme o mesmo declarou na sua entrevista após o jogo. Desta forma, o técnico contribuiu para o empate sofrido no segundo tempo. Alguns jogadores, como esses que citamos, não podem simplesmente sair do time para que o treinador faça algum tipo de “experiência”, “dar minutagem para alguns atletas”, e ressaltamos que aqueles que estão entrando não tem merecido estar no time titular, por apresentarem baixo rendimento desde o campeonato estadual.

Portanto, o técnico Mozart não foi feliz nas substituições que fez nos últimos jogos e isso lhe custou o cargo, mas a responsabilidade não é exclusivamente dele. Vários jogadores não têm correspondido, e o que se espera é no mínimo um rápido crescimento de produção desses jogadores. E, conforme declaração do presidente Adson Batista: “O Atlético não pode ficar esperando”, fato é que, ruim ter que dispensar um técnico tão rapidamente, mas agora é tentar contratar um nome mais adequado às pretensões do Atlético. E a torcida do Dragão espera que venha um comandante que eleve o time ao patamar esperado, e alertamos, não há mais espaço para errar na contratação de treinador.

Autor: Ronan Rodrigues de Andrade, 61 anos | Santo Antônio de Goiás-GO

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