Opinião: Atlético-GO está contratando seu terceiro treinador deste ano e não há mais espaço para erros

Estádio Antônio Accioly Atlético-GO
Estádio Antônio Accioly

São muitas as críticas e opiniões sobre comissão técnica do Atlético, passam-se os anos, repetem-se as soluções e também os problemas. Ultimamente tem havido muitas críticas às mudanças constantes de treinadores no clube, essas mudanças de técnicos são atribuídas à necessidade da atual diretoria em apresentar resultados positivos de forma constante e com rapidez. No Atlético dos últimos 18 anos, o crescimento do clube é o principal objetivo ou, podemos dizer, quase uma obsessão; fazer com que o clube suba de patamar no futebol brasileiro e se mantenha na Série A é condição para a tomada de decisão no Atlético e isso é correto, tem mesmo que sonhar, ter objetivos e conquistas, isso no meio futebolístico é perseguido por todos os clubes.

O ideal, ao nosso entendimento, é que seja feito um planejamento anual pela diretoria, para encontrar um técnico que podemos definir como “do tamanho das pretensões do Atlético na temporada”. Essa contratação deveria ser feita lá no início do campeonato regional, permitindo à comissão técnica formatar a equipe, dar padrão de jogo e ter mais tempo para implementar o seu trabalho, para quando chegar as competições mais importantes, o time já estar pronto. Ressalte-se que alguns clubes no Brasil têm observado essas premissas, um exemplo é o Fortaleza, que mantém sua comissão técnica durante toda a temporada, permitindo dar consistência e seguimento ao trabalho. Olhando pelo lado financeiro, pode ser até mais econômico se organizar dessa maneira, pois trocar de técnico 3 a 4 vezes por temporada fica muito dispendioso, com multas contratuais e outros direitos financeiros que são exigidos pelos profissionais no momento da contratação. Fazendo uma analogia metafórica, a troca de técnico no futebol é igual a troca de um pneu com o carro em movimento, agora imagine isso ocorrendo várias vezes durante a temporada, o risco de errar é enorme. É impossível afirmar que esse ou aquele técnico vai ser o ideal para o clube, mas quando há um bom planejamento, atrelado a bons profissionais – aí incluídos comissão técnica e elenco -, as chances de êxito se multiplicam. Muito diferente é querer que um técnico chegue para trabalhar com um elenco que pouco conhece e entregue resultados positivos de forma consistente e rápida; imagine isso numa Série B tão equilibrada. Pode até acontecer, mas a possibilidade de êxito é muito mais difícil.

É preciso ter muito critério e analisar bem o perfil do treinador, e uma vez contratado, dar tempo para que o profissional possa executar bem o seu trabalho. Acreditamos que com a Série B em andamento, o Atlético deve buscar um técnico que seja do tamanho do objetivo do clube para o ano de 2023. Já se fala em negociação com alguns, entre eles Alberto Valentim; há quem diga que já está tudo acertado, mas até o momento não foi oficializado pela diretoria. Um bom nome, com bons trabalhos realizados em vários clubes da Série A e, caso ocorra o acerto, Valentim terá que lidar com um elenco limitado tecnicamente e, lembremos, a janela para contratações só abre em julho. É aguardar os próximos capítulos e torcer para que a nova comissão que assumir possa levar o clube para onde o torcedor espera.

Autor: Ronan Rodrigues de Andrade, 61 anos | Santo Antônio de Goiás-GO

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