Opinião: Após domínio regional, é imperativo que o Dragão continue crescendo

Estádio Antônio Accioly Atlético-GO
Estádio Antônio Accioly

No último domingo (9), findou-se mais um Campeonato Goiano, o de 2023. Chegamos ao bicampeonato e nas últimas cinco edições do torneio estadual, conseguimos a taça de campeão em quatro. Nesse sentido, penso que o trabalho da diretoria foi muito bem feito, pois os resultados vieram. Fazendo uma reflexão mais profunda, chego à conclusão de que algo maior deve ser almejado; penso que devemos buscar elevar o clube ao patamar dos maiores brasileiros, ou pelo menos a algo bem próximo, e um bom exemplo a ser seguido é o Athlético-PR: 11 finais disputadas nos últimos cinco anos – no âmbito nacional e internacional – tendo conquistado duas Copas Sul-Americanas (2018 e 2021), a Copa do Brasil de 2019, o título paranaense em quatro edições e frequentemente disputando a Copa Libertadores de América – tendo beliscado até mesmo o vice-campeonato. O clube paranaense prima pela organização e o planejamento, por isso apresenta um crescimento sempre linear; já conseguiu, por exemplo, sair da dependência financeira da mídia televisiva que transmite os campeonatos nacionais (com o clube tendo sua própria mídia e fazendo dela uma fonte de renda por meio da venda de assinaturas e divulgações dos patrocinadores). Com organização, recursos e um bom planejamento, o time paranaense está conquistando seu espaço entre os grandes do futebol brasileiro.

Voltando ao nosso clube, o Atlético-GO se encontra em uma situação um pouco diferente, pois não possuímos os mesmos recursos e a mesma estrutura de gestão do clube paranaense, mas a diretoria do nosso Dragão tem buscado esse modelo de gestão, sua eficiência e, consequentemente, seus resultados. Sabemos que o crescimento não é rápido e algumas dificuldades devem ser vencidas, como é o caso dos recursos financeiros, valorização e crescimento das categorias de base, melhoria da estrutura organizacional e estrutural, etc. Para que esse patamar seja alcançado, um dos pontos é que o clube volte a Série A, melhore o aproveitamento na Copa do Brasil e continue a disputar os torneios continentais, como a Sul-Americana e a Libertadores. Além disso, precisa ter como objetivo a busca por outras fontes de renda, até possivelmente com uma SAF, assunto que abordaremos em outra oportunidade, devido a sua complexidade. Sabemos também que alguns exemplos de gestão não devem ser seguidos, não vamos citar exemplos, mas alguns clubes têm dependência quase que exclusivamente de recursos da televisão, não possuem planejamento a longo prazo e por isso vivem sem perspectiva de crescimento; assim, ficam dependentes daquele dinheiro e montam times de verão, somente para disputar o campeonato nacional, sempre oscilando e não conseguindo subir de série ou mesmo permanecendo naquelas que disputam.

Observamos pontos positivos praticados pela atual diretoria do Dragão Goiano, como por exemplo a volta da valorização das suas categorias de base, que até bem pouco tempo estava abandonada; esse é um aspecto importantíssimo para o time alçar voos mais altos no cenário nacional, pois uma base bem cuidada e incentivada traz recursos, tanto financeiros quanto de elenco para montagem da equipe. Também destacamos a criação do sócio torcedor, que mesmo ainda embrionário, já é um começo e poderá ser uma outra fonte de renda futura a ser explorada, como fazem os clubes de grandes torcidas. Ressalte-se que a torcida atleticana tem crescido exponencialmente, já demandando uma ampliação do Estádio Antônio Accioly pela diretoria atleticana. Enfim entendemos que o clube está no caminho certo até agora, mas precisando olhar um pouco mais a frente e planejar os objetivos para o longo prazo.

Autor: Ronan Andrade

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