Após ser impedido de ter a realização de clássicos no estádio Olímpico, o Atlético só mandou sua primeira partida na quarta rodada. O estádio que foi determinante na reta final do Dragão no Campeonato Brasileiro da Série B no último ano, foi a grande atração para o confronto contra o Crac, porém, na prática, a diretoria ficou desapontada com o número de torcedores presentes no local.
O baixo público presente no local deixou muitas pessoas da diretoria do clube rubro-negra revoltadas. O diretor de futebol e vice-presidente do clube, Adson Batista foi um dos que não se mostraram contentes. Adson citou também as partidas contra Vila Nova e Goiás, em que foram realizadas no estádio Serra Dourada, segundo Adson, era possível contar nos dedos os torcedores do Atlético.
– Demais, é muito triste você ver uma equipe que esta na Série A e o torcedor ter mente tão curta e abandonar seu time, nos temos torcida e isso ficou claro no Campeonato Brasileiro, mas fomos jogar contra o Vila, brincadeira, podíamos contar nos dedos (os torcedores), fomos jogar contra o Goiás e a mesma coisa repetiu, agradeço quem foi, mas a maioria não foi. Estádio Olímpico da mesma forma, o clube para ser forte, precisa do seu torcedor, eles (torcedores) podem reclamar, mas não pode ser torcedor só da hora boa, mas em todos os momentos, estar ali cobrando, mas presente”.
Um dos possíveis motivos do baixo público foi a transmissão da partida na televisão aberta. Muitos torcedores podem ter deixado de ir no estádio Olímpico, para assistir de sua casa, o que revolta ainda mais Adson. Para o vice-presidente, os torcedores tem muitas desculpas para não comparecerem ao estádio e ainda faz uma dura critica ao canal dono dos direitos de transmissão, já que o valor pago ao clube, seria muito baixo, além de deixar o Atlético, “refém” da televisão.
– Atrapalha muito, mas o torcedor que ama seu time, ele está presente em qualquer hora, nós somos reféns da TV infelizmente e não recebemos quase nada para isso, mas entendemos que pelo lado coletivo nós temos que participar, se o Atlético não assinar o contrato, ou o Vila, o campeonato não tem nenhuma atração, o Goiás já tem um contrato bem amarrado. Infelizmente o futebol brasileiro não é meritocracia, eles escolhem alguns, fazem o contrato e os outros que se lasquem, mas infelizmente é assim, são situações muito difíceis que temos que superar, não tem que ficar arrumando desculpa, se é 19h30 é cedo demais, se é 21h00 é tarde demais, é muita desculpa”.
Adson se esquivou ao ser perguntado diretamente sobre o valor estabelecido no contrato, mas enfatizou que é pouco. O dirigente disse também que o futebol goiano não é valorizado e nem chega a ser visto. Nessas horas não existe rivalidade, Adson elogiou seus adversários que chegam forte na disputa do campeonato para listar como motivo para uma melhora de contrato, já que o atrativo seria ainda maior.
– É muito pouco em relação ao o que o Atlético gasta por mês. Não compensa (o contrato), mas levamos pelo lado da coletividade, do pedido da Federação Goiana, por ser uma Federação que sempre nos atende quando precisamos. O futebol goiano não é valorizado pela televisão, ele não é visto, parece que estão fazendo favor e eu acho que não é por aí, evidente que tem partida ruim por aqui, tem partida ruim em todo lugar, Campeonato Paulista, Carioca, mas também tem bons jogos, esse ano o campeonato está mais atrativo, o Vila Nova está em um bom momento, o Goiás vem forte e o interior tem o seu valor”.
Muitos clubes “tem medo” em não assinar por sofrer uma possível retaliação no futuro, mas para Adson isso não existe. O diretor de futebol não falou de valores, mas deixou claro que o que a televisão paga em quatro meses, não é o suficiente para pagar um mês das contas do Atlético. E ainda fez um apelo, de que os clubes precisam melhorar os contratos, para quem saber evoluir em um futuro próximo.
– Não tem nada disso não, nós assinamos por bom senso, para não prejudicar muito, mas no futuro isso precisa mudar, não da mais para ficar recebendo esmola. O Atlético tem um custo mensal muito maior do que recebemos neste contrato em 4 meses, com impostos, folha de pagamento enxuta, já que nos preparamos para ter uma folha salarial maior para o Brasileiro, a partir de Maio. Ou procuramos nos valorizar mais e evoluir em algum sentido, não adianta jogar o problema para o lado dos clubes, é um problema de todos, da federação, até de vocês da imprensa, se não daqui a pouco vai acabar os estaduais”.
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