Opinião: O caminho do Dragão para voltar à elite do futebol brasileiro em 2024 não será fácil

Série B troféu
Foto: Divulgação

Nesta sexta feira, 14 de abril, inicia-se a mais importante competição do ano para o Atlético Goianiense, e isso fica bem claro quando observamos as manifestações e providências da diretoria do clube. A Série B de 2023 será uma das mais difíceis e equilibradas dos últimos anos, mesmo sem a participação de clubes considerados grandes do futebol brasileiro. A princípio, estamos afirmando isso teoricamente, mas na prática e depois que rolar a bola, alguns times podem surpreender e se destacar dos demais. O equilíbrio citado ocorre principalmente pela nova perspectiva que o acordo de transmissão dos jogos entre a Brax Sports Assets e os 20 participantes da Série B – que resultou no montante de R$ 10 milhões para cada clube na temporada, valor bem superior aos acordos anteriores; isso permite que o orçamento de alguns clubes, cujo poder de investimento financeiro é menor, possa se equilibrar com os clubes mais estruturados financeiramente.

Mesmo que a maioria da mídia esportiva do futebol considere que os times que foram rebaixados da Série A em 2022 (Ceará, Atlético-GO, Juventude e Avaí) são os primeiros candidatos a voltar para a elite, a recíproca pode não ser verdadeira. É necessário analisar a situação atual de cada um dos times, seu desempenho nos campeonatos estaduais, regionais (Copa do Nordeste), Copa do Brasil, e, por fim, as contratações feitas neste período que antecede o início da disputa. Nesse sentido, as maiores ameaças ao Atlético-GO em sua busca para voltar a Série A são: região Nordeste – ABC (RN), CRB (AL), Ceará (CE), Sport (PE), todos com bons desempenhos nos estaduais, na Copa do Nordeste e Copa do Brasil; região Sul – Juventude (RS), Criciúma (SC) e Avaí (SC), com esses três times se reforçando bastante e se colocando como candidatos a subir; região Sudeste – que possui o maior número de times na Série B (8), Mirassol (SP), Ituano (SP) e Tombense (MG), parecem ser os únicos capazes de brigar na parte de cima da tabela. Os demais times participantes da Série B podem ser considerados como incógnitas neste momento, isso considerando o desempenho nas competições que disputaram esse início de ano.

Para o Atlético-GO é imperativo que consiga o objetivo de alcançar o acesso e disputar a Série A do ano que vem, assim melhorando substancialmente sua fonte de recursos, concedendo muito mais visibilidade à marca – tanto no âmbito nacional e internacional – e facilitando a atração de novas parcerias para o clube. A entrada de novos recursos permitirá que o clube continue melhorando sua estrutura física e organizacional, principalmente das categorias de base, tão importantes para o seu crescimento; trará também a oportunidade de pleitear uma vaga na disputa de um torneio continental, como a Sul-Americana e a Libertadores de América, e bem lembramos o impacto positivo de mídia que o clube teve quando participou de competições continentais em 2021 e 2022. Enfim, é necessário focar totalmente nesse objetivo para o restante da temporada, até porque doravante o Dragão só terá essa competição e a sua situação financeira, de acordo com o que tem sido divulgado, está muito favorável e estabilizada.

Para atingir os objetivos entendemos que algumas contratações devam ser feitas para completar o elenco, porque a Série B difere em muito do campeonato goiano: é um campeonato longo, com viagens desgastantes, campos ruins, calendário de jogos difícil, muitas contusões de jogadores durante a disputa (fator que prejudicou substancialmente o Atlético em 2022); todos esses aspectos, se não forem bem administrados, podem fazer o time cair de rendimento na reta final do campeonato. A título de informação enfatizamos que nas últimas edições da Série B (três anos), o aproveitamento do último time que alcançou o acesso (4º colocado) foi de 53% (2020), 56% (2021), 54% (2022). Portanto, de acordo com as estatísticas dessa série, para subir à Série A, o Dragão tem que buscar um aproveitamento acima desses percentuais. O elenco atual do Rubro Negro ainda tem necessidade de no mínimo mais um bom goleiro, pelo menos um zagueiro, um lateral direito, um volante, um meia e um atacante de lado. E essas contratações devem ser de jogadores que cheguem e tenham condições de brigar pela posição, e não sejam só para compor elenco. E ressalte-se que a janela de transferência nacional fecha agora em 20 de abril e reabre somente em julho.

Autor: Ronan Rodrigues de Andrade, 61 anos | Santo Antônio de Goiás-GO

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